Redes Sociais & Relações Governamentais
Criadas inicialmente com o simples propósito de conectar pessoas, as redes sociais vêm evoluindo ao longo dos anos e se transformando de acordo com a realidade (e necessidade) de seus usuários. Não há um consenso sobre a data ou primeira rede social criada, mas os serviços que promovem interação social surgiram nos anos 90 e desde então, fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas.
De acordo com o relatório produzido em parceria pela We Are Social e Meltwater sobre as principais tendências digitais, em janeiro deste ano, o Brasil já contabilizava 152,4 milhões de usuários de redes sociais, o equivalente a 70,6% da população total.
Utilizadas não apenas para conectar pessoas que de fato se conhecem no ‘’mundo real’’, as redes sociais hoje são ferramentas potentes para a visibilidade e análise de autoridades políticas, pois ao publicarem suas opiniões e posicionamentos nas redes sociais, influenciam a formação da opinião popular sobre diversos assuntos.
Principais redes utilizadas pelos Stakeholders brasileiros:
Facebook: Considerada uma das redes sociais mais ‘antigas’ que ainda estão em utilização por usuários comuns e pelos Stakeholders, o Facebook promove grande interação entre as pessoas através de comentários em fotos, publicações de textos e participação em grupos de apoiadores e opositores.
Twitter: Os parlamentares costumam postar comentários, críticas e até seus posicionamentos em votações em suas publicações no Twitter. Devido ao formato de mensagens curtas, os Stakeholders se pronunciam de forma rápida e com uma linguagem muito mais simples do que costumam utilizar em seus discursos oficiais. Acompanhar as publicações dos seus Stakeholders de interesse no Twitter colabora para a análise de suas ações e dá indícios de como o parlamentar poderá se posicionar em uma possível votação sobre o tema.
Instagram: As fotos e vídeos curtos são as principais formas de comunicação utilizadas pelos parlamentares. A divulgação de agendas, participação em eventos e seus principais projetos durante o mandato costumam ser publicadas em perfis oficiais e individuais, assim como no perfil do partido de que fazem parte. Uma funcionalidade de interação muito interessante do Instagram é a publicação temporária de fotos e vídeos com pouca ou nenhuma edição, os chamados Stories: é uma das funcionalidades que geram o maior e mais rápido engajamento entre parlamentares e as pessoas que os acompanham na rede (os chamados 'seguidores').
Youtube: Diferente das redes sociais citadas acima, o Youtube é um grande veículo de divulgação e compartilhamento de conteúdos em formato de vídeo. Apesar de permitir a interação entre as pessoas que visualizam os conteúdos, escrevendo comentários ou expressando opiniões rápidas como 'Gostei' e 'Não Gostei', o principal objetivo da plataforma é ser um canal de informação, reunindo diversas fontes de notícias e entrevistas que podem ser facilmente compartilhadas. Os parlamentares costumam divulgar declarações em seus perfis exclusivos e fazer transmissões ao vivo, como uma forma de estar mais próximos aos 'seguidores' e/ou eleitores.
Como as redes sociais influenciam na política e na tomada de decisões
Ao oferecer um ambiente de entretenimento, e que ao mesmo tempo, fornece informações úteis para o público em geral, as redes sociais também são um local propício para promover questionamentos e transformações. O grande alcance das redes sociais dão a oportunidade para que os parlamentares divulguem seus projetos e que as pessoas comuns possam expressar suas opiniões políticas.
Ao utilizar as redes sociais de forma assertiva, os parlamentares podem se aproximar mais de seus apoiadores e gerar engajamento em massa sobre diversos públicos. Considerando que a chamada "geração Z" (grupo de pessoas nascidas nos anos 90, com forte relação com a internet e com a constante evolução do meio digital) não é tão adepta à propagandas por meio de flyers ou papéis distribuídos pelas ruas, mas sim, com anúncios direcionados aos seus interesses pessoais por meio de sites e redes sociais, ter o apoio da internet pode gerar resultados muito mais significativos do que realizar uma campanha eleitoral somente no modo tradicional.
Um dos principais exemplos do poder de ascensão das redes sociais é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de ter uma trajetória política de quase 30 anos sendo vereador e deputado federal no Rio de Janeiro, Bolsonaro não era muito reconhecido pelos eleitores em outros estados até a sua candidatura à presidência. Em sua campanha eleitoral e durante todo o seu mandato (2019-2022), o ex-presidente utilizou suas redes sociais e concedeu várias entrevistas prometendo reformas liberais na economia e se posicionando contra à corrupção e ao próprio sistema político. Bolsonaro conquistou grande apoio com seu discurso conservador e declarações polêmicas, garantindo sua eleição no segundo turno com 55% dos votos.
O mandato de Bolsonaro foi marcado por ações controversas e medidas não populares. Durante a disputa para a reeleição em 2022, os índices de aprovação do ex-presidente e do governo não eram favoráveis à continuidade de Bolsonaro na presidência. No final do mês de setembro, há poucos dias do primeiro turno da votação presidencial, uma pesquisa realizada pelo IPEC (ex-Ibope), encomendada pela Globo, mostrou que o governo foi avaliado como ruim ou péssimo em 47% e como ótimo ou bom em 29%. Os que consideravam a gestão regular foram 22%.
Obs.: A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
A decisão da eleição saiu apenas no segundo turno, mas confirmou a desaprovação: o candidato da oposição e também ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, se tornando o primeiro presidente a governar o país por três mandatos.
O terceiro mandato do presidente Lula começou em janeiro de 2023 repleto de especulações devido a margem estreita de 50,9% dos votos válidos que garantiram sua eleição no segundo turno. De acordo com as pesquisas realizadas pelo IPEC, completados 6 meses de governo, a popularidade de Lula em junho apresenta queda em relação aos meses anteriores:
- 37% dos brasileiros classificam o novo governo como ótimo ou bom.
- 32% classificam como regular.
- 28%. classificam como ruim ou péssimo.
- 3% não sabem ou não responderam.
Obs.: A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Em comparação com a pesquisa divulgada em abril, a diferença na avaliação popular é de 2 pontos percentuais: o índice de aprovação era 39%, enquanto o índice de reprovação era 26%.
A diminuição da popularidade de Lula é reflexo da notável dificuldade de articulação entre o governo e a oposição. Projetos importantes estão sendo analisados e discutidos pelos parlamentares até o limite dos prazos, e os números nas votações revelam que ainda falta diálogo para que as decisões sejam aprovadas com mais agilidade. Exemplo disso, a Medida Provisória que define a organização básica da Presidência da República e dos Ministérios, foi aprovada às vésperas do encerramento do prazo. Leia o post ‘Entendendo a MPV 1154/2023’.
Com o intuito de aproximar o cidadão comum ao governo e promover mais acesso à informação, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e diversos órgãos públicos possuem perfis oficiais no Twitter e em outras redes sociais. O presidente Lula fez sua primeira transmissão ao vivo em seu canal no Youtube nesta última terça (13/05) em um formato de conversa leve e informativa. Confira o conteúdo na íntegra e a repercussão da live do presidente neste post em nosso blog.
Acesse os perfis oficiais dos órgãos públicos e de Stakeholders no Nomos, para monitorar a divulgação de notícias e atividades parlamentares, como eventos, debates e votações sobre temas de seu interesse.
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Fontes:
Relatório Digital 2023: Brasil — DataReportal – Global Digital Insights
Reportagens site G1: Governo Bolsonaro é aprovado por 29% e reprovado por 47%, diz Ipec | Pesquisa Eleitoral | G1 (globo.com)
Ipec: governo Lula é aprovado por 37% e reprovado por 28% | Política | G1 (globo.com)
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